Recentemente, representantes da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA) e a Embaixada Francesa no Brasil se reuniram em um encontro dedicado à criação de um novo tipo de queijo e ao fortalecimento do setor queijeiro no estado de São Paulo. Entre os objetivos principais da reunião estava o desenvolvimento de centros de referência queijeiros, que servirão como polos de inovação e treinamento para produtores locais.
Discussões e Troca de Experiências
Durante o evento, os participantes abordaram temas como conteúdo pedagógico, relações institucionais e a infraestrutura necessária para esses centros. Representantes franceses compartilharam os desafios e conquistas das Écoles Nationales d’Industries Laitères (ENILs) e apresentaram tecnologias aplicadas na produção de queijos macios e prensados. Entre os tópicos discutidos estavam a semeadura e maturação do leite, além dos processos de coagulação e drenagem.
A Comissão Francesa também ministrou um treinamento prático sobre a produção de queijos azuis, explorando cada etapa do processo, desde a manipulação das massas até a maturação e correção de defeitos. Para Maria Izabel Merino de Medeiros, diretora da Apta Regional de Bauru, que acompanhou as atividades, “o encontro proporcionou uma experiência enriquecedora e prática para todos os envolvidos, que puderam literalmente ‘pôr a mão na massa’ na fabricação dos queijos”.
Participação de Instituições e Especialistas
A reunião contou com a presença de diversas instituições de pesquisa, como a Apta Regional, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e o Instituto de Zootecnia (IZ). Também participaram a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), o Centro Paula Souza e membros do setor agroindustrial. Entre os especialistas presentes estavam Maxence Virelaude, professor das ENILs francesas, Christophe Faraud, presidente da Associação Paulista do Queijo Artesanal (APQA), e Martin Breuer, presidente da Câmara Setorial do Queijo Paulista.
Centros de Referência Queijeiros
Christophe Faraud destacou que São Paulo possui mais de cinco mil produtores de queijo e reforçou a relevância do projeto para capacitar e melhorar a produção local. Segundo Maxence, a criação das “escolas de queijos” deve respeitar o ecossistema e a microbiota de cada região, com foco no controle de riscos sanitários. Ele também enfatizou a importância de incluir conhecimentos sobre produção de leite de qualidade nos cursos oferecidos.
O projeto prevê a implantação de unidades de treinamento em cinco localidades no estado de São Paulo: Pindamonhangaba (Apta Regional), Santa Cruz do Rio Pardo, Cerqueira César, Presidente Prudente (todas vinculadas ao Centro Paula Souza) e Campinas (Ital). Daniel, um dos representantes da iniciativa, comentou que há interesse em estabelecer mais cinco unidades de irradiadores de tecnologia queijeira na iniciativa privada, ampliando a cobertura para regiões ainda não contempladas.
“A parceria entre a Embaixada Francesa, SAA e iniciativa privada trará um grande impacto na produção de queijos em São Paulo, promovendo maior diversidade e qualidade dos produtos”, afirmou Daniel.
Produção de Queijos Azuis
A programação também incluiu um aprofundamento nas técnicas de produção de queijos azuis. Os participantes exploraram detalhes como a coagulação e drenagem das massas, o acabamento marmorizado e o processo de maturação. O treinamento foi finalizado com uma sessão de debates sobre os desafios e oportunidades na fabricação desses queijos especiais.
Um Futuro Promissor para o Setor Queijeiro Paulista
A colaboração entre Brasil e França promete avançar significativamente a produção queijeira no estado de São Paulo. Com a implementação de centros de referência e o treinamento especializado, espera-se um salto de qualidade e inovação no setor. Essa iniciativa não apenas beneficiará os produtores locais, mas também consolidará o estado como referência em produção de queijos no Brasil.