O mercado brasileiro do boi gordo iniciou a semana com sinais de alta nas cotações, mostrando uma manutenção na tendência observada nos últimos períodos. Segundo o consultor Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, o cenário permanece estável em sua dinâmica, com fatores estruturais impactando diretamente os preços.
Escalas de Abate Encurtadas e Oferta Restrita
As indústrias frigoríficas ainda enfrentam escalas de abate relativamente curtas, com a média nacional posicionada entre cinco e seis dias úteis. Essa situação é reflexo da restrição na oferta de animais terminados. Adicionalmente, em algumas regiões, a qualidade dos pastos tem sido comprometida devido à incidência de pragas como a cigarrinha das pastagens e lagartas, atrasando o processo de engorda do gado. Por outro lado, há áreas em que as condições das pastagens continuam favoráveis, permitindo aos pecuaristas adotar uma abordagem mais cautelosa no ritmo de comercialização.
Cotações da Arroba do Boi Gordo
As cotações da arroba do boi gordo apresentam ligeiras variações entre as diferentes regiões do país. Confira os preços médios apurados para pagamentos a prazo:
- São Paulo: R$ 331,83 (anteriormente R$ 331,00);
- Minas Gerais: R$ 318,82 (anteriormente R$ 317,65);
- Goiás: R$ 319,29 (anteriormente R$ 314,64);
- Mato Grosso do Sul: R$ 324,20 (anteriormente R$ 321,48);
- Mato Grosso: R$ 316,69 (estável em relação ao último período).
Esses números refletem uma leve alta em estados estratégicos, com exceção de Mato Grosso, onde os preços se mantiveram inalterados.
Mercado Atacadista em Alta
O mercado atacadista também começou a semana com preços firmes, embora o espaço para novos reajustes seja limitado na segunda metade do mês. Atualmente, o quarto traseiro está sendo negociado a R$ 26,80 por quilo, enquanto a ponta de agulha mantém o preço de R$ 18,00 por quilo.
Exportações de Carne Bovina: Crescimento Notável
As exportações brasileiras de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada registraram resultados expressivos nos primeiros dias de janeiro. Em apenas sete dias úteis, o Brasil exportou um total de 66,397 mil toneladas, o que gerou uma receita de US$ 335,83 milhões. A média diária de exportação ficou em 9,485 mil toneladas, com um preço médio de US$ 5.057,90 por tonelada.
Comparando com janeiro de 2024, os números mostram um avanço significativo:
- Valor médio diário da exportação: Alta de 28,5%;
- Quantidade média diária exportada: Crescimento de 14,9%;
- Preço médio da tonelada: Aumento de 11,8%.
Esses dados reforçam o papel do Brasil como um dos principais players no mercado global de carne bovina.
Câmbio e Impactos no Setor
O dólar comercial encerrou a sessão desta segunda-feira em ligeira queda de 0,08%, cotado a R$ 6,0979 para venda e R$ 6,0959 para compra. Durante o dia, a moeda oscilou entre a mínima de R$ 6,0767 e a máxima de R$ 6,1372. A estabilidade cambial é um fator crucial para o setor de exportação, contribuindo para a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional.
Considerações Finais
O mercado do boi gordo segue aquecido, com fatores climáticos, logísticos e econômicos moldando o cenário atual. A restrição na oferta de animais, combinada com a alta demanda interna e externa, sustenta os preços em níveis elevados. Para os próximos períodos, a dinâmica das exportações e as condições climáticas serão determinantes para o comportamento das cotações.
Acompanhar as movimentações do mercado, bem como os indicadores econômicos, será essencial para os pecuaristas e os agentes do setor, garantindo estratégias mais eficazes na comercialização e na gestão da produção.
