O mercado pecuário brasileiro segue com oscilações nos preços do boi e do suíno, refletindo a interação entre oferta, demanda e estratégias do setor frigorífico. No caso do boi gordo, os valores continuam em queda, pressionados pelo aumento da oferta de fêmeas e pela tentativa dos frigoríficos de reduzir os custos da carne no mercado. Segundo dados do Cepea, o Indicador CEPEA/ESALQ registrou uma desvalorização de 3,81% na parcial de fevereiro, até o dia 25, fechando a R$ 321,1 na última terça-feira.
Boi Gordo: Pressão nos Preços
A dinâmica de preços do boi tem sido influenciada por uma “queda de braço” entre pecuaristas e frigoríficos. Com uma maior disponibilidade de fêmeas para abate e uma necessidade dos frigoríficos de ajustar os preços da carne ao consumidor, as cotações têm sido reduzidas gradativamente. No atacado da Grande São Paulo, uma das principais referências de consumo no Brasil, a carcaça casada bovina sofreu uma desvalorização de 2,9% ao longo do mês, atingindo R$ 21,79/kg à vista.
Mercado de Suínos: Variações Regionais
Enquanto o setor bovino enfrenta desafios, o mercado de suínos apresenta comportamentos distintos nas diferentes regiões do país. Em São Paulo, a demanda da indústria se mantém aquecida, sustentando os preços do suíno vivo. Já no Paraná, a menor procura resultou em quedas nos valores pagos aos produtores. Essa diferença de comportamento reflete a dinâmica regional de consumo e estratégias de compra dos frigoríficos, que reduziram a aquisição de novos lotes em resposta à menor liquidez no mercado.
Em Minas Gerais, o cenário se mostra mais estável, com equilíbrio entre oferta e demanda, evitando oscilações bruscas nas cotações. A estabilidade do mercado mineiro demonstra um alinhamento entre a produção local e a necessidade da indústria, proporcionando maior previsibilidade para os produtores.
Impactos no Comércio de Carnes
Os agentes do setor apontam dificuldades na comercialização da carne suína, um reflexo dos preços elevados dessa proteína no atacado e das recentes desvalorizações da carne bovina. Essa conjuntura indica uma possível migração do consumo entre os diferentes tipos de proteína animal, com consumidores buscando alternativas mais acessíveis no momento da compra.
Perspectivas para o Setor
A tendência para os próximos dias dependerá de diversos fatores, como a demanda interna, a capacidade de exportação e a reação do mercado consumidor diante dos preços praticados. Produtores e frigoríficos seguem atentos às movimentações para ajustar estratégias e minimizar impactos financeiros.
Acompanhar a evolução do mercado e estar atento às atualizações dos indicadores econômicos é essencial para quem atua no setor pecuário. O comportamento dos preços nas próximas semanas será determinante para definir os rumos das negociações e a competitividade das diferentes proteínas no mercado brasileiro.
