Nesta quarta-feira (20), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou a abertura de quatro novos mercados na China para produtos brasileiros, resultado dos acordos firmados entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping. Entre os produtos que agora poderão ser exportados estão sorgo, gergelim, uva fresca e farinha de peixe, utilizada na produção de ração animal.
Com esses avanços, o Brasil alcança um total de 281 mercados agropecuários abertos desde 2023, reforçando a posição de destaque no comércio internacional. Os protocolos estabelecidos com a Administração Geral de Aduana da China (GACC) definem os critérios sanitários e fitossanitários para exportação, beneficiando produtores de diversas regiões do país.
Produtos e Regiões Beneficiadas
A abertura desses mercados tem impacto direto em diferentes regiões do Brasil:
- Uvas frescas: Pernambuco e Bahia serão os principais estados exportadores. Para atender às exigências do mercado chinês, produtores deverão seguir boas práticas agrícolas, com registro no Mapa, e utilizar métodos de tratamento a frio.
- Gergelim e sorgo: Produtos que já possuem mercado consolidado internacionalmente e agora têm potencial para ampliar a presença na China, especialmente devido à demanda crescente do país asiático.
- Farinha de peixe e derivados: Empresas que trabalham com farinha, óleo de peixe e outras proteínas e gorduras destinadas à alimentação animal precisarão adotar sistemas rigorosos de controle de qualidade, como o APPCC, além de garantir a rastreabilidade dos produtos e o cumprimento de critérios técnicos exigidos pela China.
Potencial Econômico
De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, esses acordos podem gerar um volume comercial estimado em cerca de US$ 450 milhões anuais, considerando a demanda chinesa e a posição do Brasil nesses mercados. Em um cenário otimista, esse potencial pode ultrapassar US$ 500 milhões por ano.
Os números impressionam: a China é o maior importador mundial de farinha de peixe e gergelim, o que representa uma grande oportunidade para o Brasil expandir sua participação nesse segmento. No caso das uvas frescas, o mercado chinês movimentou mais de US$ 480 milhões em importações no último ano, com preferência por variedades premium.
Parceria Sustentável e de Confiança
O ministro Carlos Fávaro destacou a confiança que a China deposita no Brasil como fornecedor global de alimentos e energia renovável. “Nosso país tem vocação, tecnologia e condições de intensificar a produção de forma sustentável. A ampliação dessas parcerias é reflexo disso”, afirmou.
Essa parceria estratégica reforça o papel do agronegócio brasileiro como motor do desenvolvimento econômico e sustentável, além de consolidar o Brasil como um player global no mercado de alimentos e insumos agropecuários.
Próximos Passos
Para que esses produtos cheguem ao mercado chinês, os exportadores precisam atender a uma série de requisitos técnicos e sanitários. Isso inclui o registro junto às autoridades chinesas, boas práticas agrícolas e sistemas de rastreabilidade.
Com a expansão dos mercados e o fortalecimento das relações comerciais, o Brasil continua avançando na diversificação de sua pauta exportadora, gerando mais oportunidades para produtores e empresas do setor agropecuário.