A recente queda no preço do petróleo no mercado global tem gerado um cenário curioso no Brasil: a gasolina e o diesel vendidos nas refinarias nacionais estão mais caros do que os preços praticados internacionalmente. De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), essa diferença vem se acentuando nos últimos dias, impactando diretamente o setor de combustíveis.
Diferença de Preços Entre o Brasil e o Exterior
Segundo dados do fechamento de quarta-feira (5), a gasolina comercializada no Brasil está, em média, 3% acima do valor praticado no mercado internacional. Já o diesel apresenta uma defasagem de 2% em relação aos preços do Golfo do México, um dos principais referenciais para o setor. Essa disparidade tem chamado a atenção, especialmente porque a gasolina já estava próxima dos preços externos há alguns dias, enquanto o diesel ultrapassou a paridade recentemente.
Outro ponto relevante é a diferença entre os valores praticados pela Petrobras e pela Refinaria de Mataripe, que foi privatizada no governo anterior e segue a política de paridade de importação (PPI). Enquanto a Petrobras abandonou essa estratégia em maio de 2023, a Refinaria de Mataripe mantém ajustes semanais nos preços. No último levantamento, a Abicom apontou que, em Mataripe, a gasolina estava 6% acima do preço internacional, enquanto o diesel registrava uma diferença de 2%. Já nas refinarias operadas pela Petrobras, a diferença média era de 3% para a gasolina e 2% para o diesel.
Últimos Reajustes e o Impacto no Mercado
O último ajuste nos preços da Petrobras ocorreu há um mês, quando o diesel sofreu um aumento de 6%. No entanto, a gasolina não é reajustada há 240 dias, o que levanta questionamentos sobre a estratégia de precificação adotada pela estatal. Enquanto isso, a Refinaria de Mataripe segue com reajustes semanais, refletindo de forma mais dinâmica as oscilações do mercado internacional.
O Que Esperar Para os Próximos Meses?
O cenário de defasagem nos preços dos combustíveis no Brasil pode impactar diversos setores da economia, desde o transporte até a inflação geral. Especialistas apontam que a política de preços da Petrobras pode passar por novos ajustes para equilibrar os valores internos com os praticados no mercado global. No entanto, fatores como o comportamento do petróleo no cenário internacional e decisões governamentais sobre a política energética do país podem influenciar os próximos movimentos do setor.
Com a volatilidade do mercado e a influência de variáveis econômicas, o consumidor brasileiro deve ficar atento às possíveis mudanças no preço dos combustíveis nos próximos meses. O comportamento da Petrobras e das refinarias privadas continuará sendo um ponto-chave para a precificação e o impacto direto no bolso dos motoristas.