De acordo com análise conjunta do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro apresentou uma retração de 1,28% no segundo trimestre de 2024, acumulando uma queda de 3,5% no ano.
Desempenho por Segmento
Os principais segmentos do setor apresentaram os seguintes resultados negativos no primeiro semestre de 2024:
- Insumos: -2,68%
- Segmento primário: -1,77%
- Agrosserviços: -1,15%
- Agroindústrias: -0,62%
Fatores Impactantes
A redução no valor bruto da produção foi o principal fator por trás desse desempenho negativo, influenciado principalmente pela queda nos preços e, em alguns casos, pela expectativa de menor produção anual, especialmente nos setores de insumos agrícolas e produção primária.
Projeções para 2024
Estima-se que o PIB do agronegócio brasileiro possa atingir R$ 2,50 trilhões em 2024, distribuídos da seguinte forma:
- Ramo agrícola: R$ 1,74 trilhão
- Ramo pecuário: R$ 759,82 bilhões
Com base nessas projeções e considerando o comportamento geral da economia brasileira, espera-se que a participação do agronegócio no PIB nacional fique em torno de 21,8% em 2024, uma redução em comparação aos 24% registrados em 2023.
Destaque: Segmento de Insumos
O segmento de insumos do agronegócio foi particularmente afetado, registrando uma queda de 2,68% no segundo trimestre e um acumulado negativo de 8,13% no ano. A indústria de fertilizantes e corretivos de solo projeta uma redução de 16,87% no valor bruto da produção anual, resultado de uma queda de 16,99% nos preços reais dos produtos.
Perspectivas e Desafios
Apesar da recente queda nos preços dos fertilizantes, devido à retomada das exportações russas, o aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio já está impactando as cotações. Isso pode afetar a oferta de produtos essenciais como ureia e cloreto de potássio.
No cenário interno, o ritmo mais lento de compras pelos agricultores também pressiona os preços. Até o final do primeiro semestre, apenas 70% dos fertilizantes nas principais regiões produtoras haviam sido adquiridos, em comparação com cerca de 80% nos anos anteriores.
Adicionalmente, a desvalorização dos grãos e do real frente ao dólar contribuem para esse cenário desafiador no setor de agronegócios brasileiro.