A agroindústria brasileira apresentou um crescimento acumulado de 2,2% entre janeiro e novembro de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023. Os dados são do Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), produzido pela FGV Agro e divulgados em 30 de novembro. Esse resultado representa o melhor desempenho acumulado desde 2010, destacando o fortalecimento do setor ao longo do ano. No entanto, houve uma retração de 3,1% no mês de novembro em relação ao mesmo período do ano anterior.
Quedas em Produtos Alimentícios e Bebidas
O desempenho negativo registrado em novembro foi impulsionado por uma queda nos segmentos de Produtos Alimentícios e Bebidas (-5%) e Produtos Não-Alimentícios (-0,9%).
No setor de Produtos Alimentícios e Bebidas, ambas as categorias sofreram retrações significativas. A produção de Bebidas caiu 8,4%, sendo que as Bebidas Não Alcoólicas registraram uma baixa de 10,6%, enquanto as Bebidas Alcoólicas retraíram 6,2%. Já a produção de Alimentos de Origem Vegetal recuou 9,4%, sendo o pior desempenho registrado para novembro desde 2018.
Entre os fatores que influenciaram essa queda, estão as reduções na produção de conservas, sucos, açúcar refinado, arroz e farinha de trigo. No entanto, o impacto negativo foi amenizado pelo crescimento na produção de óleos, gorduras e café.
A produção de Alimentos de Origem Animal caiu 0,8%, devido principalmente à retração na produção de laticínios e pescados. A expansão da produção de carnes, por outro lado, impediu uma queda mais expressiva na categoria.
Impacto nos Produtos Não-Alimentícios
No segmento de Produtos Não-Alimentícios, a retração de 0,9% em novembro marcou o fim de um período de cinco meses consecutivos de crescimento. A principal influência negativa veio do setor de Biocombustíveis, que sofreu uma queda expressiva de 23,2% em relação a novembro de 2023. O setor de fumo também apresentou retração, com uma queda de 4,1%.
Avanço no Setor de Insumos Agropecuários
Apesar dos desafios em alguns setores, os Insumos Agropecuários tiveram um avanço significativo de 7,9% em novembro de 2024, impulsionados pelo aumento na produção de adubos, fertilizantes, defensivos agrícolas, desinfetantes domissanitários e maquinário agrícola. A retomada do setor reflete uma melhora na relação de troca do milho e perspectivas climáticas mais favoráveis para a segunda safra, apesar dos atrasos na safra de verão.
Crescimento no Setor Florestal e Têxtil
A produção do setor de Produtos Florestais teve um crescimento de 0,4%, sustentado pelo aumento na produção de madeira e papel. O setor manteve um crescimento interanual positivo ao longo de 2024, com exceção de agosto. Esse crescimento foi impulsionado pelo aquecimento do mercado externo, uma vez que as exportações de Produtos Florestais acumularam uma expansão de 4,9% até novembro, segundo o Ministério da Agricultura.
O setor de Produtos Têxteis também demonstrou um desempenho positivo, com um crescimento de 4,4%, marcando a quinta expansão consecutiva. Diferente de 2023, o setor registrou taxas interanuais positivas na maior parte do ano, com exceção de março, maio e junho.
Considerações Finais
O desempenho da agroindústria brasileira em 2024 reflete um cenário de crescimento consolidado, apesar das oscilações em alguns segmentos. Enquanto setores como Insumos Agropecuários, Produtos Florestais e Têxteis demonstraram avanços expressivos, os desafios nas áreas de Bebidas, Alimentos de Origem Vegetal e Biocombustíveis evidenciam a necessidade de estratégias para manter a estabilidade e sustentabilidade do setor. A expectativa é que fatores como condições climáticas favoráveis e a demanda do mercado externo continuem influenciando os resultados nos próximos meses.
