As exportações brasileiras de carne de peru e pato, segmentos de alto valor agregado na avicultura, movimentaram um total de US$ 165 milhões em 2024, de acordo com informações da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Embora os números sejam expressivos, houve uma queda na receita em comparação com 2023, refletindo desafios no mercado internacional.
Desempenho da Carne de Peru
A carne de peru apresentou um recuo significativo em sua receita, com uma queda de 23,4% em relação ao ano anterior. Em 2024, a receita alcançou US$ 153,9 milhões, contra os US$ 201 milhões registrados em 2023. O volume também teve uma redução de 8,1%, passando de 69,8 mil toneladas para 64,1 mil toneladas.
Os principais destinos da carne de peru brasileira em 2024 foram:
- México: 9,8 mil toneladas (-39%).
- África do Sul: 9,5 mil toneladas (-27%).
- Países Baixos: 8,6 mil toneladas (-20%).
- Chile: 7 mil toneladas (+56%).
Apesar da queda em mercados tradicionais como México, África do Sul e Países Baixos, o Chile se destacou como um mercado em crescimento, registrando um aumento significativo de 56% nas importações.
Panorama da Carne de Pato
As exportações de carne de pato tiveram um desempenho diferente. Embora a receita tenha caído de US$ 13,7 milhões em 2023 para US$ 11,9 milhões em 2024, o volume exportado registrou um pequeno crescimento de 1,3%, atingindo 3,551 mil toneladas.
O Oriente Médio se consolidou como o principal destino da carne de pato brasileira, com destaque para os seguintes mercados:
- Emirados Árabes Unidos: 1,5 mil toneladas (+66%).
- Arábia Saudita: 893 toneladas (-9%).
- Chile: 195 toneladas (+94%).
A expressiva alta de 66% nas importações pelos Emirados Árabes Unidos reforça a relevância desse mercado para o setor. O crescimento de 94% nas importações pelo Chile também é um ponto positivo em meio ao cenário desafiador.
Análise e Perspectivas
Os resultados de 2024 refletem tanto desafios quanto oportunidades para o setor de carne de peru e pato no Brasil. A queda na receita, especialmente na carne de peru, aponta para dificuldades nos mercados tradicionais, como redução da demanda ou maior concorrência internacional. Por outro lado, o crescimento em mercados como Chile e Emirados Árabes Unidos demonstra que ainda há espaço para expansão.
A diversificação de mercados e o foco em segmentos de alto valor agregado podem ser estratégias cruciais para impulsionar as exportações nos próximos anos. Além disso, a promoção de campanhas que destacam a qualidade e o diferencial dos produtos brasileiros pode ajudar a consolidar a presença do Brasil em mercados estrangeiros.
Em um contexto global cada vez mais competitivo, o setor avícola brasileiro tem o desafio de manter a liderança e buscar novas oportunidades de crescimento. A adaptação às demandas do mercado internacional e a exploração de novos nichos serão fundamentais para garantir o sucesso futuro das exportações de carne de peru e pato.
