As exportações brasileiras de produtos agropecuários alcançaram um marco histórico em outubro de 2024, somando US$ 14,27 bilhões, conforme dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Esse valor representa um aumento de 6,2% em relação ao mesmo mês de 2023, o equivalente a US$ 840 milhões a mais. Com isso, o agronegócio foi responsável por 48,4% das exportações totais do Brasil no período, superando a marca de 45,2% registrada em outubro do ano anterior.
A Influência do Volume e dos Preços
O crescimento expressivo das exportações foi impulsionado por dois fatores principais: o aumento de 3,7% no volume de produtos exportados e uma elevação de 2,5% nos preços médios das mercadorias. Esses números ilustram a resiliência do setor, que conseguiu reverter a tendência de queda observada no acumulado do ano até setembro. Segundo o secretário da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, de janeiro a outubro de 2024, o agronegócio brasileiro apresentou crescimento de 0,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, reforçando sua importância para a balança comercial do país.
Principais Produtos Exportados
O agronegócio brasileiro é marcado pela diversidade de suas commodities. Em outubro, os principais produtos que lideraram as exportações foram:
- Complexo soja
- Carnes
- Complexo sucroalcooleiro
- Produtos florestais
- Café
- Cereais, farinhas e preparações
Juntos, esses itens representaram 82,7% do total exportado pelo setor, gerando uma receita de US$ 11,80 bilhões.
Desempenho das Commodities
Entre os destaques, algumas commodities registraram aumentos significativos no volume exportado:
- Açúcar de cana bruto: +1 milhão de toneladas
- Farelo de soja: +452,56 mil toneladas
- Celulose: +423,43 mil toneladas
- Carnes: +190,67 mil toneladas
No valor das exportações, alguns produtos também se destacaram:
- Carnes: aumento de 38,6%, somando US$ 2,62 bilhões
- Açúcar: crescimento de 14,5%, totalizando US$ 1,763 bilhão
- Café: alta expressiva de 61,1%, atingindo US$ 1,397 bilhão
Esses resultados compensaram quedas em outros segmentos, como o complexo soja, que registrou redução de 22,8%, e o milho, com uma queda de 33,5%.
Destinos das Exportações Brasileiras
A China manteve sua posição como principal mercado para os produtos agropecuários brasileiros, seguida pelos Estados Unidos e Alemanha. Contudo, as exportações para o gigante asiático caíram 28,5% em outubro, totalizando US$ 3,50 bilhões, redução atribuída à menor demanda por soja em grãos (-US$ 1,06 bilhão) e milho (-US$ 730,73 milhões). Por outro lado, outros produtos apresentaram crescimento expressivo:
- Carne bovina in natura: US$ 723,24 milhões (+32,0%)
- Celulose: US$ 609,53 milhões (+120,0%)
- Açúcar de cana bruto: US$ 182,42 milhões (+74,5%)
Importações em Alta
No mesmo período, as importações brasileiras de produtos agropecuários também alcançaram um recorde, somando US$ 1,771 bilhão, um aumento de 29% em relação a outubro de 2023. Os principais produtos importados foram:
- Trigo: US$ 136,77 milhões (+68,9%)
- Papel: US$ 92,64 milhões (+24,4%)
- Óleo de palma: US$ 50,35 milhões (+133,6%)
Balanço do Ano
De janeiro a outubro de 2024, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 140,02 bilhões, um crescimento modesto de 0,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse desempenho foi sustentado pelo aumento de 6,6% no volume embarcado, que compensou a queda de 5,9% nos preços médios.
Os produtos que mais contribuíram para o total exportado foram:
- Complexo soja: US$ 50,33 bilhões
- Carnes: US$ 21,49 bilhões
- Complexo sucroalcooleiro: US$ 16,60 bilhões
- Produtos florestais: US$ 14,30 bilhões
- Café: US$ 9,75 bilhões
Conclusão
Os resultados de outubro de 2024 reforçam o papel estratégico do agronegócio para a economia brasileira. Mesmo diante de desafios como a variação de preços e mudanças na demanda internacional, o setor continua mostrando resiliência e potencial de crescimento. A diversificação de mercados e o investimento em produtos de maior valor agregado são estratégias fundamentais para consolidar ainda mais a posição do Brasil no cenário global.