O Rio Grande do Sul está prestes a alcançar um marco histórico no setor agrícola. Segundo o segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado recentemente, a safra de grãos 2024/2025 do estado deve atingir uma produção recorde de 38,35 milhões de toneladas. Esse volume representa um crescimento de 3,3% em relação ao ciclo anterior, impulsionado por uma combinação de recuperação de produtividade e aumento de área plantada.
Crescimento da Área Plantada
A área total destinada ao cultivo de grãos no Rio Grande do Sul deve crescer 0,7%, totalizando 10,48 milhões de hectares. Esse aumento permite um uso mais eficiente do solo, impulsionando o setor agrícola do estado e reforçando sua posição de destaque no cenário nacional. De acordo com o presidente da Conab, Edegar Pretto, o estado ocupa a terceira posição entre os maiores produtores de grãos do Brasil, ficando atrás apenas de Mato Grosso e Paraná e respondendo por 12% da produção nacional.
Destaques por Cultura: Soja, Arroz, Feijão, Milho e Trigo
Soja: Principal Cultura do Estado
A soja se mantém como a principal cultura no Rio Grande do Sul, com previsão de alcançar 20,34 milhões de toneladas, um aumento de 3,5% em relação ao ciclo anterior. Além disso, a área destinada ao cultivo de soja também deve crescer, chegando a 6,84 milhões de hectares, uma alta de 1,1%. Esse resultado mantém o estado como o terceiro maior produtor de soja do país, atrás apenas de Mato Grosso e Paraná.
Arroz: Produção em Alta com Recuperação Significativa
A produção de arroz no Rio Grande do Sul está projetada para alcançar 8,25 milhões de toneladas, um expressivo aumento de 15,3% em comparação ao ciclo passado. A área destinada ao cultivo de arroz também registrou crescimento, com aumento de 9,7%, totalizando 988 mil hectares, concentrados especialmente nas regiões Sul e Fronteira Oeste. Esse avanço é atribuído a fatores como boa rentabilidade da cultura, redução na rentabilidade da soja, volume adequado de água nas barragens e a possibilidade de preparação antecipada das áreas de plantio.
Feijão: Desempenho Promissor
Para a safra 2024/2025, o feijão deve registrar uma produção de 76 mil toneladas, representando um crescimento de 6% em relação ao ciclo anterior. A área destinada ao cultivo do feijão também cresceu, totalizando 49,4 mil hectares, um aumento de 1,9%. A semeadura do feijão preto já atingiu 65% da área total prevista, enquanto o plantio do feijão cores deve começar em dezembro.
Milho: Desafios e Queda na Produção
Ao contrário das outras culturas, o milho apresenta uma queda de 11,4% na produção, que deve somar 4,3 milhões de toneladas. A área plantada de milho também está em declínio, com uma redução de 11,7%, totalizando 719,6 mil hectares. Essa diminuição se deve a fatores como o risco de estiagem, maior incidência de cigarrinha nas lavouras e a substituição do milho por culturas consideradas mais rentáveis.
Trigo: Diminuição na Área Plantada
A produção de trigo para o ciclo 2023/2024 está estimada em 4,19 milhões de toneladas. No entanto, o trigo apresenta uma queda na área cultivada, com uma redução de 10,6%, totalizando 1,34 milhão de hectares. Essa redução é explicada pela falta de sementes de boa qualidade e pela alta sensibilidade da cultura às perdas causadas por eventos climáticos como geadas e chuvas intensas.
Produção Nacional de Grãos: Panorama Positivo
No cenário nacional, a produção de grãos no Brasil está projetada para atingir 322,53 milhões de toneladas, um aumento de 8,2% em relação ao ciclo anterior, representando aproximadamente 24,6 milhões de toneladas a mais. A área total de cultivo no país também deve crescer, atingindo 81,4 milhões de hectares, em comparação aos 79,9 milhões do ciclo passado.
Expectativas para o Setor Agrícola no Rio Grande do Sul
A expectativa de crescimento da produção de grãos no Rio Grande do Sul reflete o desempenho positivo do setor agrícola, impulsionado por condições climáticas favoráveis e pelo uso de boas práticas de manejo. Este avanço não só fortalece a economia local como também contribui para o abastecimento nacional e internacional de alimentos, destacando o papel estratégico do estado na produção agrícola brasileira.