A agricultura brasileira se prepara para atingir um marco histórico com a safra de grãos 2024/25, atualmente em fase de plantio. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção estimada é de 322,42 milhões de toneladas, representando um crescimento de 8,2% em comparação à safra anterior, que alcançou 297,94 milhões de toneladas. Caso confirmada, esta será a maior safra já registrada na série histórica da Conab. Esses números fazem parte do terceiro levantamento divulgado pela estatal na quinta-feira (12).
Embora a estimativa atual seja ligeiramente inferior à previsão anterior de 322,53 milhões de toneladas, divulgada no mês passado, o volume total de produção segue praticamente estável. Quanto à área de cultivo, espera-se que sejam semeados 81,39 milhões de hectares, um aumento de 1,8% em relação à safra passada. Esse crescimento é equivalente a 1,45 milhão de hectares adicionais. A produtividade também deve apresentar avanço significativo, passando de 3.727 kg/ha em 2023/24 para 3.961 kg/ha na atual temporada, um incremento de 6,3%.
Clima Favorável Impulsiona as Lavouras
O presidente da Conab, Edegar Pretto, ressaltou que as condições climáticas têm contribuído positivamente para o desenvolvimento das lavouras nos principais estados produtores. “As chuvas ocorridas até o momento favorecem as lavouras. Em alguns locais, tivemos curtos períodos de falta de chuva, mas não foram suficientes para alterar a estimativa de um novo recorde na produção brasileira de grãos”, afirmou Pretto.
Atualmente, a semeadura da soja está em seus estágios finais, com 94,1% dos 47,37 milhões de hectares destinados ao cultivo já plantados. A produção estimada é de 166,21 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 12,5% em relação à safra anterior, que alcançou 147,72 milhões de toneladas. Apesar de algumas regiões, como Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí, Tocantins e Maranhão, terem registrado períodos curtos de estiagem, o clima geral é considerado favorável.
Previsões para Outros Grãos
A produção de milho também segue promissora, com previsão total de 119,63 milhões de toneladas, um aumento de 3,4% em relação à safra anterior, que alcançou 115,70 milhões de toneladas. No entanto, o primeiro ciclo do cereal deve apresentar uma leve queda de 1,5%, com produção estimada em 22,61 milhões de toneladas, comparado a 23 milhões de toneladas na safra passada. A segunda safra, porém, deve compensar essa redução, com previsão de 94,63 milhões de toneladas, um aumento de 4,8%.
No caso do algodão, espera-se um aumento de 3% na área plantada, que deve atingir aproximadamente 2 milhões de hectares. Contudo, a produção de pluma está estimada em 3,69 milhões de toneladas, uma leve queda de 0,2% em relação à safra anterior, que foi de 3,70 milhões de toneladas.
Crescimento no Cultivo de Arroz e Feijão
O arroz também se destaca nesta safra, com aumento de 9,8% na área cultivada, que deve atingir 1,77 milhão de hectares. A produção estimada é de 12,06 milhões de toneladas, um crescimento significativo em comparação à safra passada, que alcançou 10,59 milhões de toneladas.
Para o feijão, a expectativa é de crescimento de 1,7% na área plantada, alcançando 2,9 milhões de hectares. A produção total, que compreende três safras ao longo do ano, deve crescer 3,5%, chegando a 3,36 milhões de toneladas. O primeiro ciclo de plantio, em especial, deve apresentar um aumento significativo, com previsão de 1,045 milhão de toneladas, frente a 942,3 mil toneladas na safra anterior.
Resultados das Lavouras de Inverno
Com relação às lavouras de inverno, a colheita está praticamente finalizada. Para o trigo, principal grão cultivado nesse período, a produção estimada é de 8,06 milhões de toneladas, uma leve redução de 0,4% em comparação à safra anterior. Essa queda se deve principalmente à redução de 14,1% na área plantada nos estados da região Sul, aliada a condições climáticas desfavoráveis no Paraná.
Considerações Finais
O panorama da safra 2024/25 confirma o potencial do Brasil como um dos maiores produtores de grãos do mundo. Apesar de desafios climáticos pontuais, as condições gerais seguem favoráveis para um novo recorde de produção. Acompanhamento constante e inovações tecnológicas são essenciais para sustentar esse crescimento e fortalecer a segurança alimentar do país.