O mercado brasileiro de soja teve uma sexta-feira (6) marcada pela calmaria nos negócios, mesmo com a valorização do dólar, que geralmente impulsiona as transações. Muitos agentes optaram por se retirar temporariamente do mercado, enquanto os preços da commodity permaneceram entre estáveis e mais altos em comparação ao dia anterior.
No Mato Grosso, o foco já se volta para a nova safra, mas, até o momento, ainda não há disponibilidade de soja para negociação. Confira abaixo as principais cotações e análises do mercado de soja no Brasil e no exterior.
Cotações da Soja no Brasil
Embora os negócios tenham sido poucos, algumas praças registraram variações de preços:
- Passo Fundo (RS): subiu de R$ 136,50 para R$ 138,00.
- Missões (RS): aumentou de R$ 135,50 para R$ 137,00.
- Porto de Rio Grande (RS): foi de R$ 143,00 para R$ 144,00.
- Cascavel (PR): subiu de R$ 136,00 para R$ 137,00.
- Porto de Paranaguá (PR): aumento de R$ 142,00 para R$ 143,00.
- Rondonópolis (MT): registrou queda de R$ 139,00 para R$ 136,00.
- Dourados (MS): manteve-se estável em R$ 138,00.
- Rio Verde (GO): também se estabilizou em R$ 138,00.
Os preços mais altos registrados em algumas localidades refletem a influência da alta do dólar, que impulsiona a competitividade da soja brasileira no mercado internacional. Por outro lado, a queda observada em Rondonópolis pode indicar ajustes locais de demanda e oferta.
O Cenário Internacional: Chicago e USDA
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam o dia com preços mistos. A posição de janeiro encerrou a semana com uma valorização de 0,4%, refletindo o equilíbrio entre sinais de demanda aquecida e o bom desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos.
Durante boa parte do pregão, os preços mantiveram uma trajetória positiva, impulsionados por fatores técnicos e expectativas de maior consumo global. Contudo, a pressão dos fundamentos acabou limitando os ganhos no fim do dia.
Outro ponto de destaque no cenário internacional é o relatório de dezembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na próxima terça-feira, 10 de dezembro. A expectativa é de que o USDA faça ajustes pontuais nas estimativas de estoques mundiais e norte-americanos de soja.
O Papel do Câmbio no Mercado de Soja
A valorização do dólar foi outro fator relevante nesta sexta-feira. A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 1,11%, sendo negociada a R$ 6,0758 para venda e R$ 6,0738 para compra. Durante a semana, o dólar acumulou alta de 1,23%, variando entre R$ 5,9834 e R$ 6,0924.
A alta do dólar geralmente favorece os exportadores brasileiros, pois torna a soja mais atrativa para compradores internacionais. No entanto, o mercado interno pode sofrer com o aumento de custos, como transporte e insumos agrícolas, que também são influenciados pela cotação da moeda.
Perspectivas para o Mercado
Com o fim do ano se aproximando, as atenções se voltam para a nova safra e para as condições climáticas que podem influenciar o plantio e a colheita no Brasil e nos Estados Unidos. O desempenho das lavouras norte-americanas segue positivo, enquanto o Brasil continua a se beneficiar de sua competitividade no mercado global, especialmente em momentos de dólar forte.
Ao mesmo tempo, agentes do mercado aguardam com expectativa o relatório do USDA, que pode trazer novos elementos para a formação de preços no curto prazo.
No mercado interno, a calmaria desta sexta-feira deve dar lugar a maior movimentação nas próximas semanas, à medida que os agentes retomam os negócios e se preparam para a safra de 2024.
Embora tenha sido um dia de poucas negociações, os fatores macroeconômicos, como a valorização do dólar e a oscilação nos preços internacionais, continuam desempenhando um papel crucial no mercado de soja. O acompanhamento atento das cotações e das tendências globais será fundamental para os próximos passos dos produtores e exportadores brasileiros.