Os portos do Arco Norte continuam a consolidar sua relevância nas exportações de milho do Brasil, com um aumento significativo na participação nos embarques nacionais. Dados divulgados no Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), referente ao período de janeiro a novembro de 2024, revelam que os portos dessa região foram responsáveis por 47,2% das exportações de milho brasileiro. Este número supera os 41,6% registrados no mesmo período de 2023, evidenciando a crescente importância de estruturas como os portos de Itacoatiara (AM), Santarém (PA), Santana (AP), Barcarena/Vila do Conde (PA) e São Luís (MA).
Fretes em Queda: Impactos na Logística e Produção
Outro destaque do boletim foi a tendência de queda nos custos de frete em diversas regiões produtoras ao longo de novembro de 2024. Em Mato Grosso, maior estado exportador de milho do Brasil, os valores das rotas partindo de Sorriso apresentaram reduções expressivas: 11% para o trecho rumo a Alto Araguaia e 7% para Santos. A rota Sorriso-Santos, uma das mais importantes do país, encerrou o mês com um custo médio de R$ 420 por tonelada. Segundo o boletim, essa diminuição reflete a menor quantidade de milho produzida, não apenas em Mato Grosso, mas também no restante do Brasil.
Em Goiás, segunda principal origem das exportações brasileiras de milho, a queda nos custos de frete foi ainda mais acentuada, variando entre 12% e 15% nas principais rotas. Um exemplo é a rota Rio Verde-Santos, cujo valor médio em novembro foi de R$ 208 por tonelada, uma redução de 15% em relação ao mês anterior.
Participação dos Portos nas Exportações
Apesar do crescimento do Arco Norte, o Porto de Santos permanece como um importante ator nas exportações de milho, respondendo por 41,6% dos embarques totais no mesmo período. Outros portos também se destacaram, como São Francisco do Sul (5,4%) e Paranaguá (3,3%).
Em termos de volume, o Brasil exportou 4,73 milhões de toneladas de milho apenas em novembro de 2024. Mato Grosso foi responsável por 63% desse total, seguido por Goiás (12,2%) e Paraná (7%). Esses dados reforçam a liderança de Mato Grosso na produção e exportação do cereal.
Dinamização do Mercado em Mato Grosso
O relatório da Conab também chama atenção para mudanças estruturais no mercado interno de Mato Grosso. Além da soja, a cadeia produtiva do milho tem se fortalecido no estado, ampliando a demanda interna. Esse fenômeno é impulsionado pela expansão das usinas de etanol de milho, que têm contribuído para o aumento do consumo local. Empresas do setor oferecem ágios para garantir estoques, o que resulta em viagens mais curtas e maior eficiência no transporte de caminhões.
Perspectivas para 2025
O Boletim Logístico da Conab aponta boas perspectivas para a logística estadual em 2025, embora alerte para desafios. A previsão de uma safra recorde poderá exacerbar gargalos logísticos, comprometendo a competitividade do setor tanto em nível regional quanto nacional. Isso demanda soluções que integrem infraestrutura e planejamento para sustentar o crescimento.
Conclusão
O desempenho dos portos do Arco Norte e a dinâmica dos fretes revelam uma logística em constante adaptação para atender às demandas do mercado de milho. Com o avanço das cadeias produtivas e a busca por eficiência no transporte, o Brasil reforça sua posição como um dos principais exportadores globais do cereal. Contudo, para manter essa liderança, será essencial enfrentar os desafios logísticos previstos para os próximos anos.
