O mercado físico do boi gordo enfrenta mais um período de queda nos preços, influenciado principalmente pelo aumento na oferta de fêmeas para abate. Esse fator tem permitido que a indústria frigorífica amplie suas escalas de produção, pressionando os valores para baixo. Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, esse cenário tem sido particularmente significativo na Região Norte e acabou se refletindo em outros estados com forte participação no setor de abate.
Apesar dessa tendência de queda, o bom desempenho das exportações de carne bovina tem funcionado como um fator de sustentação para os preços, evitando desvalorizações ainda mais expressivas.
Preços Médios da Arroba do Boi Gordo
Os valores médios da arroba do boi gordo variaram nos principais estados produtores, acompanhando a pressão da oferta. Confira a média dos preços:
- São Paulo: R$ 315,92 (anteriormente R$ 317,00)
- Goiás: R$ 300,18 (estável em relação ao dia anterior)
- Minas Gerais: R$ 305,82 (queda em relação aos R$ 306,18 anteriores)
- Mato Grosso do Sul: R$ 305,34 (recuo ante os R$ 306,02 registrados na terça-feira)
- Mato Grosso: R$ 310,27 (queda em relação aos R$ 312,43 do dia anterior)
Mercado Atacadista de Carne Bovina
O setor atacadista também segue sem grandes alterações nos preços da carne bovina. No entanto, a expectativa é de que haja novas quedas no curto prazo, já que a reposição entre atacado e varejo costuma ser mais lenta na segunda metade do mês.
Além disso, o perfil de consumo observado nos primeiros meses do ano segue priorizando proteínas de menor custo, como carne de frango, ovos e embutidos, o que pode reduzir ainda mais a demanda por carne bovina.
Os preços médios dos cortes permanecem estáveis:
- Quarto dianteiro: R$ 17,00/kg
- Ponta de agulha: R$ 17,50/kg
- Quarto traseiro: R$ 25,00/kg
Cenário Cambial
O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,65%, sendo negociado a R$ 5,7256 para venda e R$ 5,7236 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre uma mínima de R$ 5,6825 e uma máxima de R$ 5,7325.
A valorização do dólar pode influenciar diretamente o setor agropecuário, especialmente no que se refere aos custos de produção e às exportações. O fortalecimento da moeda americana tende a tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado externo, ao mesmo tempo que encarece insumos importados, como fertilizantes e ração animal.
Perspectivas para o Setor
Diante do atual cenário, os pecuaristas devem estar atentos à dinâmica de oferta e demanda nos próximos meses. O aumento da oferta de fêmeas no abate tem sido um fator determinante para a desvalorização da arroba, mas a manutenção de exportações em bom nível pode ajudar a equilibrar o mercado.
Para o curto prazo, espera-se que a pressão sobre os preços continue, especialmente se o consumo interno não apresentar reação significativa. A escolha dos consumidores por proteínas mais baratas e a reposição lenta entre atacado e varejo reforçam essa tendência.
O mercado segue em um momento desafiador, e a análise constante das condições econômicas e do comportamento dos consumidores será essencial para que os pecuaristas possam planejar melhor suas estratégias de venda e produção.