O milheto tem conquistado espaço como uma alternativa eficiente ao milho na alimentação de aves e suínos, especialmente em regiões de clima seco. Com um teor proteico superior e custo mais acessível, o grão tem sido estudado como um componente viável para dietas balanceadas na produção animal.
Benefícios do Milheto na Nutrição Animal
O milheto se destaca por suas propriedades nutricionais que permitem sua inclusão na alimentação animal sem comprometer o desempenho zootécnico. O grão apresenta aproximadamente 50% a mais de proteína em comparação ao milho, além de um teor mais elevado de fósforo, tornando-se uma excelente opção para reduzir custos e manter a qualidade nutricional das rações.
Outra grande vantagem do milheto é seu menor custo em relação ao milho, o que possibilita um alívio financeiro para os produtores que buscam otimizar a alimentação de seus animais sem prejudicar a produtividade.
Adaptação do Milheto a Diferentes Regiões
Embora o cultivo do milheto seja tradicionalmente associado ao Cerrado, ele também se desenvolve bem em outras regiões do Brasil, como Nordeste, Sudeste e Sul. O grão é altamente resistente a baixos índices pluviométricos, o que amplia sua viabilidade para produtores de diferentes localidades.
O cultivo do milheto se destaca, principalmente, em áreas com menor incidência de chuvas, sendo uma alternativa eficaz para quem enfrenta desafios climáticos adversos na produção agrícola.
Desempenho Nutricional e Processamento
Estudos indicam que o milheto pode substituir o milho nas dietas de aves e suínos sem comprometer o desempenho dos animais. Em experimentos com frangos de corte, a inclusão de até 20% do grão foi avaliada em diferentes formas de processamento, incluindo farelada e peletizada.
Nos testes realizados com pintinhos de 1 a 21 dias, verificou-se que o aproveitamento do milheto é integral, mesmo sem a necessidade de moagem. Isso representa uma economia operacional para fábricas de ração, eliminando uma etapa do processamento. Já na suinocultura, a moagem do grão é essencial, pois sua forma pequena pode resultar em menor absorção de nutrientes caso não seja corretamente processada.
Comparação entre Milheto e Milho
Embora o milho ainda seja amplamente utilizado nas formulações de ração, o milheto oferece vantagens que justificam sua inclusão. A recomendação atual sugere um nível de até 45% de milheto na dieta de aves, enquanto o milho pode representar até 65%. Alguns produtores, principalmente no Nordeste, já realizam a substituição total, obtendo melhorias na taxa de postura das poedeiras.
Por exemplo, a taxa de postura pode aumentar de 92% para 94% ou até 95% com a inclusão do milheto na dieta. Além disso, o grão tem um custo que varia entre 70% e 80% do valor do milho, tornando-se uma alternativa mais econômica.
Em relação à composição nutricional, o milheto possui cerca de 5% menos energia metabolizável que o milho, mas compensa com um perfil de aminoácidos mais equilibrado e maior teor de fósforo total. O teor de fósforo no milheto é aproximadamente 20% maior do que no milho, o que pode ser ainda mais otimizado com o uso de enzimas que melhoram sua digestibilidade.
Conclusão
Diante de suas vantagens nutricionais, adaptação climática e viabilidade econômica, o milheto se apresenta como uma alternativa interessante para a alimentação de aves e suínos. Seu uso permite reduzir custos sem comprometer a produtividade, oferecendo um excelente complemento ou substituto ao milho em formulações de ração.
Com mais estudos e adoção crescente, o milheto pode se consolidar como um ingrediente essencial para produtores que buscam eficiência e sustentabilidade na produção animal.