A pecuária brasileira enfrenta um novo ciclo de retração, e a produção de carne bovina deve sofrer uma queda significativa em 2025. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a expectativa é de que a produção alcance 10,37 milhões de toneladas, uma redução de 4,9% em relação ao ano anterior. Esse declínio está diretamente relacionado à retenção de vacas reprodutoras, estratégia adotada pelos criadores para recompor os plantéis.
Impactos na Inflação e no Consumo
As carnes desempenham um papel importante na inflação brasileira, representando 10,76% do índice geral em 2024. Apesar da queda nos preços observada no início deste ano, especialistas alertam que a pressão inflacionária deve continuar ao longo de 2025.
Fernando Iglesias, analista sênior da consultoria Safras & Mercado, destaca que os preços da carne bovina tendem a permanecer elevados. “A arroba do boi gordo iniciou o ano mais valorizada em comparação ao ano passado, e essa tendência deve persistir ao longo de toda a temporada, impactando diretamente o consumidor final nos supermercados”, afirmou Iglesias durante o telejornal Mercado & Companhia.
Oferta Reduzida e Migração para Outras Proteínas
Com a continuidade das exportações em volumes expressivos, a disponibilidade de carne bovina no mercado interno deve diminuir. Isso pode levar parte da população a buscar alternativas mais acessíveis, como carne de frango, embutidos e cortes suínos.
Apesar dos desafios previstos, especialistas acreditam que medidas econômicas, como ajustes fiscais e redução na carga tributária, podem minimizar os impactos da alta dos preços para o consumidor. O monitoramento das tendências do setor e a implementação de políticas públicas eficientes serão essenciais para manter o equilíbrio entre produção, preços e consumo.